Somewhere in my mind

 Os dias passam e as noites, essas parece que nunca acabam agora. O tempo é outro, já não é o mesmo. Agora de manhã, o café tem outro sabor, vem acompanhado geralmente de conversa animada e frases que me lembram um dia qualquer de novembro ou dezembro, sei lá...lembra-me as pessoas com quem estive, com quem partilhei um pedaço de mim que já não sabia que tinha.

 Às vezes a vida prega-nos estas partidas, põe-nos à prova para ver se ainda conseguimos vencer aquele desafio. Fez-me bem... à coração e à alma. Pena que tudo o que é bom acabe depressa. Mas enfim, a vida é assim mesmo.

Outras vezes, passa por nós uma pessoa estranha e va-se lá saber porque, há aquele momento em que se observa mesmo que seja de perto e sem conhecer e mais à frente vai-se a ver e afinal até era um apresentador. Depois le-se um livro e .. como por analogia recorda-se uma vida e para-se. O livro continua, mas a leitura para, porque nesse momento já há uma outra história a decorrer e essa não cessa. Essa faz parte de uma muito mais vívida e cheia de sobressaltos. Como acaba, não se sabe. A do livro acabou naquela parte em que começa a de um livro lido há muito tempo e a que sempre apete voltar, como quase todos os de John Le Carré. Não q seja fã, mas interessam-me alguns. A próxima ainda está para contar, apesar de que o princípio é sempre o mesmo "quando um pintainho sai do ninho nunca volta igual". Mas a essência está lá e essa, por mais que queira ou queiram, há-de sempre permanecer, não importa por por onde passe. 

O ano de 2019 ensinou-me muitas coisas em pouco tempo, este está a revelar-se mais difícil por um lado, mas por outro mais gratificante, porque às vezes de tanto  ouvirmos as vozes externas, esquecemo-nos do que diz a nossa, a interior. E a minha costuma segredar-me algumas coisas ao ouvido:) coisas que parecem belas e de tão belas que são, queremos acreditar que são verdade, mas a realidade precisa de manifestar-se. 

Essa é a principal aprendizagem do ano até ao momento. Há pessoas que conseguem viver só de histórias, eu preciso de viver de pessoas, não de mitos, porque os mitos são da Grécia Antiga e eu, apesar de me dizerem que tenho uma alma antiga, ainda preciso de pessoas de verdade. 

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